Guerra na Síria: o Terror Durante e Após
“O medo, a dor e a incerteza sobre os quais vivem o povo sírio”
Gritos, bombas caindo, pessoas fugindo desesperadas, mães que buscam por seus filhos.
A guerra da Síria, que tirou a vida de milhares de pessoas, completou 8 anos.
E além das mortes, ainda deixou muitas pessoas sem abrigo e com suas mentes e corações marcados pela dor e a desesperança.
Esse episódio tornou um momento traumático para a população, mas o medo torna-se maior depois de tudo que se foi vivenciado.
Mesmo hoje, a população da Síria ainda sofre com as consequências desse conflito.
Mais da metade da população foi forçada a abandonar suas casas e agora muitos deles refugiam-se em países vizinhos.
Dos refugiados, nove em cada dez vivem em situação de extrema pobreza.
A exemplo disso temos a população que se refugia no Líbano, qual mais da metade deles tem sobrevivido com uma média e 2,87 dólares por dia.
Mas meio em meio a esse cenário caótico, o povo sírio tenta se restabelecer e trazer de volta, pelo menos, alguns respingos de paz.
Há por parte dos sírios uma busca constante por um modo de reerguer sua população que tanto sofreu e que continua a sofrer com as consequências de tamanha atrocidade.
O povo sírio urge a necessidade de recuperação.
O que o mundo não sabe, ou não querer aceitar, é que além desse sangrento episódio há suas consequências, consequências essas que perseguirão o povo sírio como uma sombra.
Com um resquício de esperança, muitos tem retornado para suas antigas casas, que agora são ruínas do que um dia se chamava de lar.
E quem retorna vive sob condições precárias: sem água, energia e ainda correndo o risco ao alojar-se em um local danificado.
A guerra na Síria aparentemente se esfriou, mas ela deixou suas marcas nas memórias, no coração e também no modo de vida.
Há pessoas desabrigadas e crianças sem poderem ir à escola, uma vez que os prédios foram devastados durante a guerra civil no país.
O que antes era um local de aprendizado, agora encontra-se reduzido a ruínas, abrigando refugiados.
A cada quatro escolas uma delas hoje encontra-se danificada.
Há quem reclame da distância para deslocar-se ao seu trabalho ou faculdade, possuindo um veículo para se transportar.
No entanto, as crianças e jovens da Síria tem uma realidade devastadora, tendo que seguir caminho por onde anteriormente foi cenário de um conflito sangrento: por zonas de guerra que agora são consideradas pouco afetadas, tendo que caminhar em meio a destroços.
Outras estudam num ambiente com paredes com buracos de bala ou em meio a entulhos.
Há somente uma pequena parcela de jovens que se encontram estudando, já que poucos deles tem acesso à educação de nível médio ou superior.
Já as crianças, menos da metade das que se encontram em idade escolas estão estudando devido as condições dos prédios que antes funcionam as escolas.
Há também escassez de alimento e ainda há medo, angústia e incerteza quanto ao amanhã.
O povo sírio encontra-se confuso.
O que a Síria deseja e precisa não são mais comunicados e sim ação.
O país se encontra com escassez de recursos e necessita urgentemente de financiamento para que o povo possa se recuperar.
Quase 12 milhões de pessoas se encontram hoje carentes de ajuda humanitária, mas o que se tem é somente mais um comunicado e mais um comunicado, sem nada concreto quanto ao solucionar da situação.
Menos palavras e mais ação, esse seria o grito entoado por um povo que viveu momentos de horrores ao lutar por mais democracia.
Como se iniciou a guerra na Síria
Mais de 350 mil pessoas perderam suas vidas durante a guerra na Síria.
O que se iniciou como um protesto pacífico, com cidadãos lutando contra um governo opressor, transformou-se num massacre sangrento.
O presidente Bashar al-Assad sentiu que sua autoridade estava ameaçada pelos protestos realizados por quem era contrário as ideias propostas pelo seu governo, logo, jovens que realizaram pichações como forma de protesto ao seu modo de governo foram detidos.
E o presidente foi contrário a qualquer tipo de diálogo com esses opositores.
E foi a partir daí que se iniciava o episódio que desencadearia uma onda de mortes e destruições na Síria.
Com a população que protestava sendo duramente reprimida pelas forças policiais a mando de Bashar al-Assad.
Pessoas desarmadas sendo brutalmente atacadas e o número de mortos aumentando dia a após dia. Seres humanos sendo destruídos como se fossem nada.
O tempo passa e o conflito é intensificado com a entrada do grupo extremista Estado Islâmico.
E os bombardeios seguem, ceifando a vida de milhares de pessoas e deixando a população confusa, com medo e traumatizada.
E as crianças, principais vítimas de toda essa atrocidade, crescem levando consigo lembranças desse inferno que perturbaram sua saúde mental.
O ditador venceu a guerra na Síria, mas a punição por seus crimes, ao menos por enquanto, não vira. E ele seguirá no comando do país.
O movimento conhecido por “Primavera Árabe”, caracterizado pelas manifestações contra governos opressores do Oriente Médio e Norte da África, conseguiu com que ditadores como Hosni Mubarak, no Egito, e Muammar Kadafi, na Líbia, fossem tirados do poder.
No entanto Bashar al-Assad permanece.
Políticos garantem que Bashar al-Assad continuará no poder por tempo indeterminado.
No entanto, a missão do ditador agora é reconstruir um país que se encontra em ruínas.
Resiliência de um povo
Mesmo com o mundo e seus próprios governantes fechando os olhos diante de tal situação, o povo sírio segue lutando por sua vida e pela vida de suas famílias.
Muitos batalham para que suas crianças possam ter uma vida melhor, outros arriscam-se a empreender com o intuito se resistirem e darem a volta por cima diante, mostrando que querem recuperar suas vidas.
Há ainda quem transforme abrigos em casas para que sua família venha a sobreviver e continuem lutando a fim de vencerem as adversidades que a guerra na Síria lhes deixou como herança.
Seu grito tem ecoado, mas quem tem a autoridade para estender-lhes a mão faz-se de surdo.
E o povo sírio continua lutando e fugindo da morte todos os dias, mesmo quando se encontram longe da zona de guerra.